segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sexta semana - A mudança

Vida que continua, semana final em nosso calabouço, mistura de sentimentos. Felicidade por estar saindo daquele lugar e muita ansiedade para que o dia chegasse logo. Os sentimentos de nojo começavam a voltar como se fosse o nosso primeiro dia. Porém, preferimos focar nos sentimentos bons e arrumávamos nossas coisas como se estivéssemos saindo de férias de novo.

Antes da mudança resolvi passar por cima da chateação da carteira de motorista e procurar logo uma nova data para fazer a prova. Achei dia 25 de abril em Oakville e isso serviu para aliviar muito mais os sentimentos ruins. Eu me sinto preparado, por isso resolvi apenas esperar pelo dia da prova. Nada mais de aulas de auto-escola, estudo em livros e olhadas em blind spot. Aliás, essa palavra já está na minha lista negra. Eu já estou até sonhando com as pessoas me cobrando isso nos lugares mais incomuns. “Você entregou o documento sem olhar o blind spot?”. “Como você pagou esta conta sem olhar no blind spot?”. Acordo no meio da noite com isso, olho o blind spot para garantir e volto a dormir.

Mais entrevistas, mais entrevistas, todas com empresas de headhunters. Dica importante: assim que chegarem ao Canadá coloquem seus curriculos no Workopolis e Monster. Essas páginas funcionam muito bem ao te colocar na vitrine mais vista neste campo. A entrevista tão esperada foi postergada para a semana que vem, outras entrevistas interessantes apareceram, mas ainda na primeira base. Quero chegar logo ao home plate, mas preciso de mais alguns hits. Jogo que segue. Conseguir um homerun é bem difícil, mas não impossível.

Sexta feira fomos ao encontro de família e resolvemos pegar uma “carona” com o Flávio no GO Train. Isso é que estar no primeiro mundo. Infelizmente esquecemos de levar máquina fotográfica, mas as instalações do trem são um espetáculo. 35 minutos de uma pacífica viagem com vistas de cartões postais e estávamos em Mississauga. Flávio, isso é que é vida!

Sábado, o grande dia! A Nanade foi dormir às 6 da manhã de ansiedade. Antes de nos mudarmos para a casa nova, precisávamos ajudar o Wellington e a Sonya na retirada de suas coisas. Resolvemos levar nossas malas de metrô. Assim, restaria apenas pegar a Dalila depois. Claro que as coisas não foram tão simples assim. Já na saída de casa, aquelas malinhas de 32Kg não aguentaram e uma delas quebrou a roda. Tive que levar a mala na raça. Caminhada para ponto de ônibus, entrada no ônibus, descida das escadas do metrô, subida das escadas do metrô e quando chegamos à casa do Wellington minha cota de esforço do dia já tinha acabado. Porém, a brincadeira só estava começando. Durante nosso dia de trabalhadores braçais ouvi algumas vezes o Wellington dizendo: “quem mandou vir para o Canadá? Quem disse que ia ser fácil?”. Pois é, casa montada, emprego não mão, zona de conforto bem estabelecida e largamos tudo para carregar cama no Canadá? Seríamos nós uns loucos? Que nada! Sempre as respostas às perguntas eram outras perguntas: “Você que me diz, há algum arrependimento? Faria diferente?”. E finalizamos com: “nem que precisássemos carregar uma estante de 50Kg”. BTW, tivemos que fazer isso duas vezes. Ao nosso esforço se juntaram o Flávio, Edward e Edu. A Sonya e a Nanade comiam chips com coca zero enquanto nos matávamos. Elas eram as Projects Administrators da atividade. Ou seja, aquelas que gritam, direcionam, reclamam e no final ficam com as glórias. Para nós, peanuts (literalmente falando), mas pelo menos era com mel. Depois de descermos a bendita estante de 90Kg (o peso vai aumentando à medida que as forças vão acabando) para o basement a Sonya ainda teve coragem de falar: “humm, não gostei dele aí, acho que vou pedir para vocês colocarem no quarto do bebê”. “Sonya, essa cômoda só sai daqui quando destruírem esta casa”. As pernas já não aceitavam comandos. Para entregar o caminhão tivemos que fazer um esforço conjunto onde uma pessoa ia acelerando e a outra dirigindo. Pelo menos não podemos reclamar de falta de atividade física.

O dia foi muito longo, depois de carregar tudo na casa deles, ainda tivemos a festa da primeira comunhão da Carolzinha. No final da noite tivemos uma excelente carona do Francisco e Lu para buscar o que restava na casa. Percebemos que era muito mais do que simplesmente pegar a Dalila, então a carona foi muito proveitosa. Finalmente chegamos em um local que podemos chamar de casa. É pequeno, simples, mas não fede, nem é baixo. Pela primeira vez em muito tempo dormimos feito anjos. Roupa de cama nossa, limpinha, cheirosa. Sensação incomparável.

No domingo resolvemos alugar um carro para comprar coisas básicas para a casa. Wal Mart, Ikea e Dollarama foram os alvos e com 300 dólares compramos todas as coisas essenciais para a casa (tirando mobília). Pratos, panelas, produtos de limpeza, roupas de cama, torradeira, abridores de lata, talheres e aquelas quinquilharias que não tem como viver sem a presença. Procuramos mobílias, mas estávamos apenas fazendo pesquisas. Após mais um dia cansativo, dormimos bem cedo com a sensação de dever cumprido. Foi incrível perceber que tudo se renovou, parecia que havíamos chegado naquele dia. Uma nova vida estava começando. Então chegamos à conclusão que passamos à fase 2. Agora já sabemos o que queremos e já experimentamos as dificuldades do lugar. Dica importante: Percebemos que necessitamos de um tripé para considerarmos que estamos numa vida normal: moradia (não é fácil conseguir), carteira de motorista (não é fácil conseguir) e emprego (não é fácil conseguir). Conseguimos o primeiro ponto de apoio e isto nos dá força para correr atrás dos outros.

A continuação da semana passamos arrumando a zona que havíamos deixado na casa e fomos transformando cada vez mais o lugar em nosso lar. Para fechar a semana com chave de ouro, conseguimos comprar quase toda a mobília da casa por apenas $770.00. Incluindo: cama queen size box, mesa com 4 cadeiras da cor que a Nanade queria, rack da cor que a Nanade queria, televisão, floor lamp, conjunto decorativo de velas, mini forno, conjunto de facas, sapateiro, som stereo portátil, cappuccino, cera de depilação, entre outras coisas menores que não lembro. Uma brasileira estava voltando para o Brasil momentaneamente e resolveu vender tudo aqui. Sorte para nós e também desejamos toda sorte para a nossa nova amiga. Agora só falta um sofá e nossa casa estará montadinha. Tudo em 3 dias de nova casa. Incrível, mas estou muito confiante nesta fase 2. Pelo jeito que as coisas estão andando acredito que ela será mais curta que a primeira. Boa semana a todos.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Soneto: Meus pais

“O caminho, por mais responsabilidade que carregue, sou eu que decido,
Na direção que está nos genes, desde cedo preparados pela busca saudável
À felicidade. Os atalhos são desnecessários quando há uma história amável
Para dar sustentação aos sonhos criados a partir do exemplo bem sucedido.

Pai, mãe, a presença de sua sabedoria clareia qualquer ponto transcorrido,
Basta ouvir o coração transmitindo seus ensinamentos num tom agradável;
Como é simples viver com esses olhos revestidos de alegria sempre favorável
A encarar o próximo desafio que está na mira para ser dominado e absorvido.

Nesse momento tenho orgulho de ter vivenciado suas trajetórias e conquistas,
Transpondo as dificuldades com esforço, mas utilizando valor correto e soberano;
Ganham agora status para comentar o futuro com a competência de analistas.

O orgulho cultivado sobre a vida dos meus mentores já pode ser tratado sem engano,
Hoje o transformo em atos próprios para prover este sentimento, mas sejamos realistas
Se um dia for metade do exemplo que tive, já serei um grande ser humano.”

By Luciano Barreto

AMO MUITO VOCÊS!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Primeiro Mes (Quinta semana)

Desta vez demorei mais do que o normal para relatar como se passou nossa semana. O motivo é bem simples. Acredito que a quinta semana não foi o que podemos chamar de paraíso e fiquei um pouco desmotivado por um tempo. Vamos a ela.

Como relatei anteriormente, a semana começou ruim com um corte de cabelo bizarro, uma entrevista bizarra e uma job fair bizarra. Na quarta feira conversei com a Nanade que já não aguentava mais ficar naquele basement e perceptivelmente cada vez que adentrava ao recinto minhas feições ficavam mais contraídas. A resposta dela foi imediata: eu já não aguento faz tempo. Estávamos aguardando uma resposta de nossos amigos Sonya e Wellington para saber se seria possível ocuparmos o apartamento deles, já que estão de mudança para Mississauga. Porém, não sabíamos se o local aceitava animais. O contrato era claro ao afirmar que não podia. Então, resolvemos buscar mais opções, assim se a resposta fosse negativa já teríamos algo na manga. Acredito que isso serviu para nos colocar ainda mais para baixo, pois visitamos cada local... A reação em alguns deles foi parecida com aquela do vídeo dos expectadores do “2 Girls 1 Cup”. Segue a reconstituição da visita a um dos apartamentos. Detalhe, o loiro de óculos representa o realtor, pois ele sabia que nossas alternativas seriam pegar aquilo ou voltar para o basement: http://www.youtube.com/watch?v=OtRzf_ZcM0U&NR=1. Eu descreveria o episódio como “2 beds 1 bath”. Dica importantíssima: aconselho fortemente que nunca vejam o vídeo original das garotas, mas busquem no youtube as reações das pessoas, vocês irão bolar de rir.

As entrevistas da semana foram basicamente com Head Hunters. Sei que isso é o mesmo que plantar uma sementinha que pode dar frutos no futuro, mas tem hora que a ansiedade aumenta e essas entrevistas passam a ser “sacais”. Aquele sentimento que temos no Brasil que não podemos fazer nada novo, pois estamos à espera que algo mude (o recebimento do visto) continua por aqui. A diferença é que no Brasil estamos sendo pagos e escolhemos não fazer nada novo devido aos novos horizontes que estão por se abrir e quando estamos aqui estamos à procura de emprego para que esses novos horizontes realmente existam. Enquanto isso não chega, suas economias estão sempre na mira. Viemos com reserva suficiente para ficar mais de um ano sem trabalhar, mas a sensação de ver a falta de entrada de dinheiro é ruim. Isso logicamente só é percebido ao final do primeiro mês.

Aliás, fechamos o mês e gostaria de colocar nossas contas (bem por cima) para auxiliar aqueles que estão planejando seus budgets.

A surpresa do mês foi o alto custo com celular. Como minhas entrevistas estão ocorrendo muito por este meio, acabei gastando mais do que o esperado. Dica importante: aqui no Canadá, pelo menos o celular pré-pago da Rogers, você paga a ligação tanto quanto faz a chamada, como quando recebe. No meu plano pago $0.25 nos cinco primeiros minutos e $0.50 a partir daí. As entrevistas duram em média 20 minutos...

Quinta-feira feira havíamos marcado mais visitas a apartamentos, mas decidimos que aquela semana baixo astral iria acabar por ali. Resolvemos então ir almoçar num restaurante de verdade. Escolhemos o Joe Maggiano's (http://www.joessteakanditalian.ca/) onde as comidas são tão gostosas quanto bonitas. Nada como comer um salmão grelhado com verduras e legumes e um belo steak com batatas “solteiras” (apenas piada) para mudar o nosso humor. Fica a dica do restaurante. Ele fica na Sheppard com Victoria Park.

Parece que o almoço realmente mudou nosso humor e nossa “sorte”. Na própria quinta feira uma pessoa entrou em contato comigo para fazer uma entrevista no dia seguinte. Local escolhido, Joe Maggiano's. Coincidência? Vai saber! No momento que estava indo para a entrevista recebo outra ligação, desta vez do Wellington dizendo que não havia problemas com relação à Dalila e assim poderíamos fechar o contrato do apartamento. AAAAEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! Essa notícia faria a Nanade pular de alegria e só de imaginar isso eu já me senti feliz da vida. A entrevista foi super interessante e acredito que gerará frutos. Não poderia ser diferente, eu estava tão satisfeito que fui muito relaxado. Foi um grande bate papo e tudo vai dando certo.

Sábado e domingo fizemos a festa. Com a desculpa de treinar para o Road Test que seria realizado na segunda-feira, pegamos a Jack, o Edward e o Edu e fomos para o Vaughan Mills (Pois é! De novo! Vou virar sócio do lugar). Antes almoçamos no Outback. No Domingo jogamos um boliche de manhã. Neste local, quem fizer 9 strikes seguidos ganha a bagatela de $3000. Fiz 5 seguidos e quase levamos esta brincadeira. A Nanade quase passou mal durante os jogos, já estava até fazendo planos para gastar a grana. Depois disso, almoçamos no Swiss Chale um excelente restaurante e com preços bem interessantes. Chegamos em casa pregados e a ansiedade com o Road Test não me incomodou. O Final de semana passou como uma flecha.

Segunda-feira, o dia D! Viajei até Burlington (60km de Toronto) para fazer a prova. Estava meio nervoso, mas quando vi que a prova durava apenas 15 a 20 minutos, relaxei. Não deveria! Cometi dois “erros” (que não concordei) e “failed”. Isso mesmo! Terei que fazer a prova novamente, agora na categoria G2. Os erros foram esses:

  • Estava na tarefa de fazer curva à esquerda em um semáforo. Junto comigo à minha esquerda havia uma pedestre para atravessar a rua. Era uma avenida larga com 3 pistas vindo e 3 indo. Quando abriu o semáforo acelerei, como não vinha ninguém na minha frente, olhei no retrovisor, olhei o blind spot e vi que a pedestre estava no meio da segunda pista andando em minha direção, logo, ela não teria como chegar ao local que eu passaria, certo? Errado! A Motherf... da examinadora disse que eu deveria ter esperado ela passar. Eu ainda argumentei que no “Driver Handbook” diz que só há erro no “right-of-way” se o pedestre tiver que tomar alguma ação, como por exemplo correr ou parar. Nenhum dos dois ocorreu, mas a examinadora disse que eu deveria ter esperado e pronto.
  • Saída da Highway, dobre à direita no semáforo. O semáforo estava fechado. Quando eu estava fazendo o approach ele abriu. Os carros à minha esquerda aceleraram. Como na minha frente não havia mais ninguém, olhei os retrovisores, blind spot e entrei. A examinadora disse que o semáforo estava fechado e que eu deveria ter parado. Ainda olhei pelo retrovisor e vi que todos os carros já haviam passado. Então pensei comigo: devo ter entendido errado. Quando finalizou o teste ela disse que eu tinha reprovado por isso. Eu disse que o semáforo estava aberto, mas ela, com um tom muito ríspido retornou um “estava fechado”. Então resolvi que não iria gastar meu tempo, já que já tinha gasto o dinheiro, com aquela escrota (me desculpem o palavriado). Recebi o papel amarelo e quase rasguei na fuça da pigmeu.

Pessoal, posso dizer a todos que esta foi a primeira vez que me senti derrotado. Durante 2 horas voltei ao baixo astral da quarta feira passada, mas logo conversei o Edward e outros brasileiros que me deixaram bem tranquilo quanto a isso. A Nanade foi vítima do meu baixo astral e não sabia o que fazer para me dar fôlego. A experiência é ruim e tudo aquilo que venho dizendo nas mensagens anteriores sobre este teste é verdade. As pessoas não tem muita boa vontade com quem vai tentar fazer direto o teste da G. Devo ter cometido mais falhas, mas já não me interessava em ouvir nada a respeito disso durante uma semana. Que venha o próximo teste.

A segunda ainda nos reservou um momento interessante. Fomos fechar o contrato de aluguel do apartamento e houve uma conversa muito importante sobre animais. Dica interessante: não há regra que proíba qualquer pessoa ter animais em sua residência. Assim, quem está errado são os espaços que dizem que seus ambientes não são “pet allowed”. BTW, caso você feche um contrato com um desses locais e quiser depois entrar com seu bicho, eles não podem te impedir. Isso foi dito pela própria dona do prédio (e também de mais 4 prédios), cujo contrato tem escrito que não pode ter animais. Ela diz que gatos e cachorros pequenos não são problemas, ela só se incomoda com cães de grande porte, mas mesmo assim nada pode fazer. Essa dica é valiosa para muitas pessoas que estão prestes a vir para cá. Se eu soubesse disso antes não teria tanto estresse para achar um local para morar.

Durante a terça recebi um outro telefonema com mais uma boa notícia. A entrevista de sexta-feira realmente gerou frutos e mais uma entrevista foi marcada para a semana que vem. Bola pra frente!

Nesses altos e baixos temos certeza que o relacionamento que mantemos em casa e o apoio da família e amigos são suficientes para nos ensinar a tirar o máximo proveito dos momentos positivos e o máximo do lado positivo nos momentos negativos. Confuso? Para nós é tranquilo, pois sabemos que estamos no caminho certo. Até semana que vem.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Ponto de Vista Feminino

Já era hora de eu deixar aqui o meu ponto de vista. Então, família amada, amigas queridas e pessoas queridas que estão participando de nossa aventura junto com a gente, (ainda que virtualmente), vamos lá...

Eu nunca tinha visitado o exterior, mas também quando o fiz, vim pra ficar. Foi engraçado porque acho que coloquei na cabeça que estávamos vindo pra passar umas férias e acho que por isso, não fiquei tãããão ansiosa...eu percebi que estava comendo um pouco mais que o normal (normalmente meus primeiros sinais de ansiedade são insônia e enjôo, conseqüentemente, falta de apetite), então acho que estava relaxada até demais. Minha ficha começou a cair quando já estávamos dentro do avião.

A primeira impressão que tive da cidade não foi muito boa, provavelmente por toda a história que o Lu já contou e eu cheguei até a pensar: como eu falaria pro Lu que e não queria ficar, que eu queria voltar pro Brasil?! Mas isso durou apenas um dia. Depois, cheguei a comentar com o Lu, que não queria morar em Toronto, mas isso durou apenas algumas horas.
Quando conheci alguns supermercados (eu e Lu adoramos fazer compras de mercado), alguns shoppings e algumas lojas como a Canadian Tire, tive certeza absoluta de que não quero voltar a morar no Brasil e de que quero morar aqui em Toronto.

Gente, a facilidade que a gente tem aqui é fascinante e viciante. Pra quem está vindo, não se preocupe em trazer feijão nem qualquer outra coisa...até guaraná tem aqui!

Depois de mais tranqüila, era hora de começar as aulas de inglês. Eu tinha uma idéia do inglês. Entendia algumas coisas, muitas vezes pelo contexto e olhe lá. O primeiro dia de aula foi terrível pra mim, porque não tinha o Lu pra me socorrer. E quando eu ficava nervosa ou não sabia como se expressar em inglês, não tinha outro jeito, foi desesperador. Mas logo já me aventurei... No segundo dia, fui numa lojinha perto da minha escola e resolvi que ia comprar um presentinho pro Lu. Entrei na loja, peguei o que queria e fui para o caixa. Lógico que me dei presente também, afinal, eu merecia pelo meu esforço, né? Lu perguntou se eu fiquei nervosa, mas não tinha muito o que ficar nervosa, já que eu não precisei falar nada além de “Good afternoon! e Thank you!”. Aí lógico que já estava me achando a própria canadense e resolvi no dia seguinte passar na farmácia, que por sinal também é um espetáculo. Na hora de pagar, eu simplesmente não conseguia acertar o valor que eu tinha que pagar. Eu escutava, mas não assimilava! A moça repetiu três vezes e eu já estava morrendo de vergonha, com uma fila enoooorme atrás de mim. Saí da farmácia sem nem olhar pra trás, mas comprei o que queria. Aí foi que Luciano se lascou, porque eu percebi que eu conseguia comprar as coisas sozinha. Que perigo, hein?!Depois disso, já fui no mercado sozinha, fui comprar um casaco e o dono da loja, um senhor muito simpático, até virou meu amiguinho. Batemos altos papos.

Agora tem sido assim, a primeira lojinha em que me aventurei, virei freqüentadora assídua, no mínimo duas vezes por semana. A dona da loja já até me conhece. Eu preciso praticar o inglês né minha gente?! E lá eu consigo exercitar, já que agora além do “Good afternoon!” and “Thank you!”, eu falo também “I’m fine, thanks! And You?”. Bem, querendo ou não, já é uma frase a mais pra minha prática, né?

Claro que eu preciso melhorar muito o meu inglês, mas estou me esforçando pra perder a vegonha de falar e conversar com as pessoas. Fácil? Não! Mas tudo depende do tamanho da sua diposição e da sua vontade de realizar. Não posso deixar de falar da força e da segurança que o Lu me dá...pra tudo! A gente conversa em inglês praticamente todos os dias e isso tem me ajudado muito. Ele é o meu suporte, meu encorajador, meu amigo. Sabe aquele sentimento de segurança? É o que ele me faz sentir. Não tenho medo porque estou com ele. Obrigada amor, por tudo!

A cada dia que passa e eu percebo que faço pequenos progressos ao conversar com o pessoal da escola ( e olha que os sotaques são de matar) e eu fico muito animada, porque antes eu não conseguia nem fazer isso. Acho que ainda não é hora de me cobrar muito, já que estou no curso há apenas três semanas. É hora sim, de absorver tudo o que eu puder e de me divertir, já que estamos numa grande aventura.

Enfim, estou muito feliz e muito bem adaptada. Antes de a gente vir pra cá, eu só conseguia imaginar que seria tudo muito bom. Eu simplesmente, não conseguia imaginar alguma coisa sendo ruim. E fora o lugar que estamos hospedados (temporariamente), de resto está sendo melhor do que eu imaginava, porque agora não é mais um sonho, é a nossa realidade!
Gente, o importante é tentar! Se você tem um sonho, arrisque, vá atrás, vale a pena. No mínimo? Uma experiência de vida. No máximo? Sua felicidade plena!

E aí, vai arriscar?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Quarta semana

Nossa! Como passa rápido! Fechamos os olhos e quando abrimos já se passou mais uma semana. Fico imaginando que se estivéssemos de férias, estaríamos voltando para o Brasil agora. Que sentimento bom. Ainda não estamos nem no começo.

A semana começou com algumas pesquisas sobre como praticar os conceitos de direção para a Road Test. Como falei no post anterior, tirar carteira de motorista deve ser uma prioridade para os novos imigrantes. Além disso, não é uma tarefa fácil e deve ser levada muito a sério. Analisei alguns preços para alugar carros em empresas conhecidas (Hertz, Avis, Alamo), mas eram todos proibitivos. Por fim, o Edward nos levou em Brampton para alugar o carro com um conhecido. Ele nos pegou na estação de metrô de Kipling e nos dirigiu até o local. Achamos que o conhecido dele era de Manaus, pois durante o percurso eu cheguei a ficar com o passaporte na mão para apresentar a quem aparecesse, visto a distância que estávamos. Esses amigos Canadenses são impagáveis.

Conseguimos um carro modesto, mas que nos leva para todos os lados. Reforço o que já dissemos, ter carro em Toronto é fundamental, parece que temos outra vida agora. Pena que durará apenas duas semanas. Quem trabalha em downtown e mora perto de metrô não tem tanta necessidade, mas mesmo assim, ficar sem carro no final de semana também não dá.

Iniciei as primeiras aulas de readaptação na direção com o Edward. A Nanade era a co-pilota de instrutor. Resumindo a história: tem um tal de blind spot que você tem que olhar a cada 0.5 milésimos de segundos para trás que to começando a achar que seria muito mais fácil se todos dirigissem de ré. Praticamos durante 1 hora e meia, pegamos highway, blind spot, mudanças de faixa, blind spot, curva à direita com sinal fechado, blind spot, engarrafamento, blind spot. E isso não foi nada, a Nanade aprendeu esta palavra e agora até para deitar na cama eu tenho que olhar o blind spot.

Na sexta-feira fomos ao encontro com os brasileiros. Tivemos uma noite muito agradável na presença de nossos amigos e ainda comemoramos o aniversário da Luciana. Conversamos bastante e resolvi fazer o vídeo sobre a minha granja (http://www.youtube.com/watch?v=racCbex6Wt8). Eu o coloquei no youtube e ele se adiantou em aparecer no blog, mas para quem ainda não o viu, eu recomendo. Já recebemos várias críticas positivas sobre esta super produção. Eu sou o ator principal, a Dalila a coadjuvante e a Nanade é a Camerawoman e a risada da platéia.

No sábado aproveitamos nossa vida motorizada e voltamos ao Vaughn Mills. Eu sabia que voltaria, mas não sabia que seria tão rápido. Para mim foi excelente, dirigi bastante nas highways e minha contagem de “horas de vôo” está aumentando. Fizemos algumas compras de roupas básicas e conhecemos bem o Grande Mall. Dica: os Outlets da Nike, Reebok e Tommy Hilfiger são muito interessantes. Exemplos: Reebok, compre 2 e leve 3 tênis. Tomi: Qualquer peça que comprar a segunda sai com 50% de desconto, sendo que os preços já estão em 50% do preço original.

A noite fomos a uma festa na casa do professor de inglês da Nanade. Ficamos preocupados, pois não sabíamos como seria. A Nanade disse que ele havia nos chamado para uma “party”, mas não tínhamos a menor idéia do que seria. Fomos para o local com os dois pés atrás. Ao chegar lá tinha eu, a Nanade, o professor e mais 3 amigos do cara. Ficamos lá, um olhando para a cara do outro. Até que 30 minutos depois chegou uma grande turma de alunos dos cursos (cerca de 25 pessoas). No meio de japoneses, Mexicanos e Peruanos conhecemos uma Brasileira muito gente fina. A Vanessa está em Toronto há 3 meses aprendendo inglês. Batemos um papo e ela matou a saudade de falar português. A noite não foi muito longa, pois no dia seguinte iríamos à Niagara Falls e resolvemos voltar para casa mais cedo.

Niagara Falls here we go. O caminho é muito legal com vinículas famosas pelo Ice Wine e pelos Outlets. A cidade fica a aproximadamente 120km de Toronto e é feita para diversão. Chegamos e fomos direto ao Cassino para ver como funcionava. Nada de Poker (:-( ), só um monte de velhinhos puxando aquelas maquininhas de caça níquel e Black Jack. Eu fiquei imaginando que deve ser um saco ficar colocando moeda por moeda naquela maquininha para ver se cai mais moeda para colocar de novo na maquinha, para cair mais moeda.. Acredito que existam formas mais interessantes de acabar a vida. A cara das pessoas durante os emocionantes jogos é a mesma de pessoas na fila para fazer uma colonoscopia (ou endoscopia negativa para quem não conhece). Porém, eu estava totalmente equivocado. Minha cabeça é muito atrasada, hoje já não é preciso ficar colocando moedinhas na máquina, os velhinhos tem um cartão de crédito que fica amarrado a eles por uma correntinha. Eu acho que a correntinha vai direto no marcapasso dos velhotes e a cada prêmio que conseguem rola uma descarga de choque que os mantêm vivos. Aí sim, agora eu entendo porque eles puxam tanto aquela manivela. Diga-se de passagem, quando estávamos indo embora de Niagara e passamos na frente do cassino para ir ao estacionamento havia uma ambulância na porta. A Nanade achou que algum velhinho havia ganho um Jackpot.

As “falls” são fenomenais. As águas ainda estão descongelando e por isso não foi possível fazer o passeio no Maid of the Mist. Mas voltaremos em outra oportunidade para fazer este passeio. Além disso, percebemos que há grandes holofotes direcionados para as águas e a visão noturna deve ser muito interessante. Mais um motivo para voltarmos e desta vez passarmos o final de semana.

Você devem estar lendo até aqui e se perguntando: será que nada de engraçado aconteceu esta semana de novo? A resposta é: sim, aconteceu!

Segunda-feira fiz uma entrevista na hora do almoço e outra às 3 horas. Percebi que não dava mais para ir a entrevistas com aquele cabelo, já dava para fazer traças na minha costeleta. Assim, resolvi procurar um lugar para cortá-los. Dica: segunda feira é o dia que os barbeiros fecham as suas portas. Passei pelas Koreanas e elas disseram que naquele dia só rolava “waxing”. Achei que não seria interessante entrar naquele local. Mais à frente eu vi que o “Cleopatra Beauty” tinha gente dentro, contra minha vontade cheguei à porta, mas as pessoas estavam apenas limpando. Fiquei aliviado, afinal como escreveria aqui para vocês que havia cortado o cabelo na Cleopatra Beauty? Desisti de cortar o cabelo e fui colocar uma correspondência para a Cinthia nos correios. Dentro de um mall encontrei um cabelereiro aberto e resolvi entrar, afinal precisava estar bem preparado para as entrevistas que viriam. Agora que a Saga começa.

O processo começou com a mulher enrolando um papel higiênico no meu pescoço. Isso foi um péssimo sinal. Já viram onde vai parar, né? A primeira pergunta foi: “qual o número?” Que número? “O número da máquina para passar aqui na parte de baixo do seu cabelo”. Não, não, corte com tesoura, não quero passar máquina no cabelo. “Aqui nós cortamos com máquina, caso contrário demoraria o ano inteiro”. Me senti no colégio militar, mas já que estava ali para mais uma aventura... What the hell... Qual o maior número? 4? 4 it is! A mulher preparou a máquina 4 e pegou um pente de dentro de um jarro com um líquido azul sobre a bancada. Aquilo deve ser para esterilizar ou algo assim, mas quando ela puxou o pente, remexeu o fundo e um monte de cabelo começou a se agitar lá dentro como se pedissem socorro. Meu estômago revirou e eu quase precisei de um saco de vômito daqueles que distribuem em avião. Talvez fosse interessante inserirem este ítem no “kit corte de cabelo” do salão. Aquilo parecia um aquário de pentelho, tinha de todos os tamanhos e cores. Procurei olhar para o outro lado antes que um acidente ocorresse. Depois de tosar o meu cabelo com a máquina, a mulher passou para a parte superior. Ele pegou o meu cabelo e perguntou: “this size?” Caramba! Era melhor passar a máquina desse jeito. Não, bem maior! Tire só as pontas. Logo na primeira pegada no cabelo percebi que a mulher não tinha muito a “manha”. Ela segurava o cabelo com a mesma mão da tesoura e deixava a mão do pente livre. Como cortar o cabelo nesta situação? Queria ver qual seria a jogada. Mal sabia eu que havia um processo de passagem de uma mão para outra e a cada vez que ela fazia isso o pente dava uma “chapuletada” na minha cara. A porrada era ardida e depois da terceira eu tive que intervir. Daí para frente só vi o cabelo diminuido e diminuindo. Eu avisei para ela que não podia cortar muito curto, pois eu tinha um redemoinho (hair there main O) na parte posterior da cabeça e se ela fizesse isso o cabelo arrepiaria. Acho que eles não conhecem este conceito aqui e a mulher me ignorou. Não preciso dizer que fui para casa com o cabelo parecendo com pena de bunda de pato, certo? Chegando em casa eu achei que estava ruim, mas a Nanade me deu a pior notícia. O cabelo está torto e quando ando parece que estou dando seta para a esquerda. Agora terei que ficar olhando o blind spot até a pé. Desastre total! A cada dia que passa eu acho um buraco diferente na cabeça. Como uma pessoa consegue fazer buracos com uma máquina? Impressionante! Por favor, alguém me ajude neste assunto!!!!!!!!!!!!

Terça-feira fui para outra entrevista e depois para uma Job Fair. A entrevista não foi muito boa, acho que a mulher ficou mais preocupada com meu novo corte de cabelo do que com minhas palavras. A Job Fair foi uma decepção para mim. Tinha meia dúzia de empresas e apenas uma oferecia vaga na minha área. Passei 20 minutos lá e voltei para casa. Passei o resto do dia de bobeira. Este início de semana foi muito para a minha cabeça. Porém, dias de pouco, véspera de muito. Vamos ver o que nos aguarda para o resto da semana.

sábado, 5 de abril de 2008

Terceira Semana

Gostaria de começar esta semana falando sobre uma errata relativa à informação sobre os cursos de inglês. Relatei que o LINC continha até o nível 4 e o ESL até o nível 8. Porém, isso se aplica apenas à escola onde a Nanade está fazendo o curso. Provavelmente as pessoas responsáveis pelo ESL neste local nos venderam o modelo desta forma. Há uma questão política do LINC ser mantido pelo Governo Federal e o ESL pela província, mas não quero entrar nesta dicussão aqui. Vale de informação para quando forem procurar o melhor curso para vocês. Portanto, em outras escolas o LINC vai até o nível 8. Luciana e Alexandre, muito obrigado pela informação.

A semana começou com a realização de um grande sonho. Assisti a um jogo da NBA junto com a Nanade e, o melhor de tudo, consegui pegar o jogo do meu time de coração: Detroit Pistons. Eu estava na casa como torcedor do time visitante. Como estou habituado a ir a estádios fiz questão de não colocar nenhuma cor do meu time, pois se fizer isso no Brasil é pedir para ser morto. Chegamos ao Ginásio e percebemos que ainda temos muito a aprender, as pessoas vestiam camisas do time visitante sem qualquer constrangimento. Nota Interessante: o Air Canada Centre fica praticamente dentro da Union Station, portanto em nenhum momento saímos na rua. Espetacular!

Na entrada do ginásio recebemos vários papeis, botons, cadernos, etc. A Nanade jogou logo fora a metade do que tinha recebido. Compramos comida e fomos para nossos lugares. A entrada já nos deslumbrou pois havia música alta, povo agitado, luzes, telão, pessoas dançando, e ainda faltavam 15 minutos para começar o Jogo. Logo que entramos, os times também foram à quadra para o aquecimento. Minha emoção foi ao nível máximo. Me senti como um garoto de 2 anos que vai ao Circo pela primeira vez. Meu coração batia tão rápido quanto no dia que conheci a Nanade e por um momento eu congelei. A Nanade filmou minha cara de fascinação e eu nem percebi (http://www.youtube.com/watch?v=h88XnU1O7F0). Eu estava ali vendo personagens que sempre acompanhei pela televisão, jogando o esporte que sempre adorei. Se a nossa vinda para o Canadá se resumisse àquele momento, acredito que já teria valido à pena. Porém, o melhor de tudo é saber que esta é apenas uma das grandes emoções que teremos neste país maravilhoso.

O jogo começou e percebemos que não são apenas os jogadores que fazem a festa. Durante toda a duração do jogo há interação com a torcida. Dica Importante: todo papel que te derem na entrada *não joguem fora*. Haverá uma promoção para cada coisa que te deram. Foram vários prêmios, desde BubbleHeads e camisas até ingressos no Courtside Seats. Aliás, vou deixar isso registrado aqui. Ainda hei de assistir um jogo daquelas cadeiras.

Começamos torcendo timidamente, mas no meio do jogo já levantávamos gritando as cestas de 3 pontos dos Pistons. Nota negativa: perdi a Nanade para os Raptors. Ela viu a torcida vibrando e prefere torcer para este timinho. Fazer o que? Ninguém é perfeito. BTW, fui para casa sendo zoado, pois os raptors levaram essa.

O resto da semana foi excelente, fiz entrevista todos os dias e acredito que está ficando quente a notícia mais importante desta primeira fase no país. Antes disso, gostaria de deixar um registro importante para todos os que estão vindo para o Canadá. O sistema de transporte é excelente, basta você ir no site do TTC (http://www.ttc.ca/) e procurar pelos mapas de transporte. Procure pelo número do ônibus que trafega em cada rua e busque o seu itinerário e horário que passa em cada ponto. Tudo funciona! Porém, o foco principal para os novos imigrantes deve ser tirar a carteira de motorista. As cidades que compõe GTA são afastadas, assim se ficar apenas em Toronto não trerá problemas, mas se tiver que ir para as cidades vizinhas, terá que ter muita paciência e tempo. Tive uma entrevista em Mississauga e precisei utilizar o transporte público. Fiz um planejamento de viagem e sai com todos os números de ônibus e metrôs necessários para chegar ao local. Tudo funcionou perfeitamente. Porém, demorei 2.5h para chegar ao e mais 2.5 horas para voltar. Ou seja, tudo é muito legal e funciona, mas fazer isso num frio de 0 grau não é uma experiência que pretendo fazer como meio de vida.

No sábado fomos à casa da Iolanda em Richmond Hill. O lugar é muito legal, tem comércio por perto, malls, casa bonitas e um bom espaço para pessoas com crianças pequenas. Tomamos um café da manhã com comidas “locais” (bagels, cakes, wafer, juices “de caixinha”, etc), mas o café era do Brasil. Quanta diferença! Depois fomos ao Vaughn Mills, um Mall gigantesco com vários Outlets. Para dar uma volta no lugar é preciso fazer dois pit stops. A Nanade quase ficou maluca com a quantidade de lojas. Já vi que teremos que voltar com mais calma numa outra ocasião.

No domingo, ficamos em casa de bobeira. A semana foi cansativa. Acredito que andei mais de ônibus e metrô nestas 3 semanas do que em toda a minha vida. Então nos contentamos com uma comida caseira e cama.

A Segunda começou com mais entrevistas, mas nenhuma novidade que deva ser ressaltada. Consegui finalmente marcar minha Road Test para a carteira de motorista e preciso praticar muito. As regras são diferentes e se não praticarmos as chances de insucesso aumentam consideravamente. Não adianta ter 15 anos anos de carteira, acreditem. Portanto, já estou em contato com uma auto-escola para tirar alguns vícios e pegar outras manhas.

A novidade da semana é que em nossa garagem vive um Raccoon (que a tradução significa Dalila). Nós ficamos impressionados com a semelhança e achamos até que deve haver um parentesco muito próximo. Estamos preocupados, pois se descobrirem que trouxemos um guaxinim do Brasil vão querer nos colocar em quarentena.

A semana não nos reservou histórias engraçadas, mas as coisas estão ficando cada dia mais e mais normais. Isso é um alívio, afinal procuramos um local que seja considerada a nossa casa. Mais uma vez, acreditamos que estamos no caminho certo.