quinta-feira, 10 de abril de 2008

Quarta semana

Nossa! Como passa rápido! Fechamos os olhos e quando abrimos já se passou mais uma semana. Fico imaginando que se estivéssemos de férias, estaríamos voltando para o Brasil agora. Que sentimento bom. Ainda não estamos nem no começo.

A semana começou com algumas pesquisas sobre como praticar os conceitos de direção para a Road Test. Como falei no post anterior, tirar carteira de motorista deve ser uma prioridade para os novos imigrantes. Além disso, não é uma tarefa fácil e deve ser levada muito a sério. Analisei alguns preços para alugar carros em empresas conhecidas (Hertz, Avis, Alamo), mas eram todos proibitivos. Por fim, o Edward nos levou em Brampton para alugar o carro com um conhecido. Ele nos pegou na estação de metrô de Kipling e nos dirigiu até o local. Achamos que o conhecido dele era de Manaus, pois durante o percurso eu cheguei a ficar com o passaporte na mão para apresentar a quem aparecesse, visto a distância que estávamos. Esses amigos Canadenses são impagáveis.

Conseguimos um carro modesto, mas que nos leva para todos os lados. Reforço o que já dissemos, ter carro em Toronto é fundamental, parece que temos outra vida agora. Pena que durará apenas duas semanas. Quem trabalha em downtown e mora perto de metrô não tem tanta necessidade, mas mesmo assim, ficar sem carro no final de semana também não dá.

Iniciei as primeiras aulas de readaptação na direção com o Edward. A Nanade era a co-pilota de instrutor. Resumindo a história: tem um tal de blind spot que você tem que olhar a cada 0.5 milésimos de segundos para trás que to começando a achar que seria muito mais fácil se todos dirigissem de ré. Praticamos durante 1 hora e meia, pegamos highway, blind spot, mudanças de faixa, blind spot, curva à direita com sinal fechado, blind spot, engarrafamento, blind spot. E isso não foi nada, a Nanade aprendeu esta palavra e agora até para deitar na cama eu tenho que olhar o blind spot.

Na sexta-feira fomos ao encontro com os brasileiros. Tivemos uma noite muito agradável na presença de nossos amigos e ainda comemoramos o aniversário da Luciana. Conversamos bastante e resolvi fazer o vídeo sobre a minha granja (http://www.youtube.com/watch?v=racCbex6Wt8). Eu o coloquei no youtube e ele se adiantou em aparecer no blog, mas para quem ainda não o viu, eu recomendo. Já recebemos várias críticas positivas sobre esta super produção. Eu sou o ator principal, a Dalila a coadjuvante e a Nanade é a Camerawoman e a risada da platéia.

No sábado aproveitamos nossa vida motorizada e voltamos ao Vaughn Mills. Eu sabia que voltaria, mas não sabia que seria tão rápido. Para mim foi excelente, dirigi bastante nas highways e minha contagem de “horas de vôo” está aumentando. Fizemos algumas compras de roupas básicas e conhecemos bem o Grande Mall. Dica: os Outlets da Nike, Reebok e Tommy Hilfiger são muito interessantes. Exemplos: Reebok, compre 2 e leve 3 tênis. Tomi: Qualquer peça que comprar a segunda sai com 50% de desconto, sendo que os preços já estão em 50% do preço original.

A noite fomos a uma festa na casa do professor de inglês da Nanade. Ficamos preocupados, pois não sabíamos como seria. A Nanade disse que ele havia nos chamado para uma “party”, mas não tínhamos a menor idéia do que seria. Fomos para o local com os dois pés atrás. Ao chegar lá tinha eu, a Nanade, o professor e mais 3 amigos do cara. Ficamos lá, um olhando para a cara do outro. Até que 30 minutos depois chegou uma grande turma de alunos dos cursos (cerca de 25 pessoas). No meio de japoneses, Mexicanos e Peruanos conhecemos uma Brasileira muito gente fina. A Vanessa está em Toronto há 3 meses aprendendo inglês. Batemos um papo e ela matou a saudade de falar português. A noite não foi muito longa, pois no dia seguinte iríamos à Niagara Falls e resolvemos voltar para casa mais cedo.

Niagara Falls here we go. O caminho é muito legal com vinículas famosas pelo Ice Wine e pelos Outlets. A cidade fica a aproximadamente 120km de Toronto e é feita para diversão. Chegamos e fomos direto ao Cassino para ver como funcionava. Nada de Poker (:-( ), só um monte de velhinhos puxando aquelas maquininhas de caça níquel e Black Jack. Eu fiquei imaginando que deve ser um saco ficar colocando moeda por moeda naquela maquininha para ver se cai mais moeda para colocar de novo na maquinha, para cair mais moeda.. Acredito que existam formas mais interessantes de acabar a vida. A cara das pessoas durante os emocionantes jogos é a mesma de pessoas na fila para fazer uma colonoscopia (ou endoscopia negativa para quem não conhece). Porém, eu estava totalmente equivocado. Minha cabeça é muito atrasada, hoje já não é preciso ficar colocando moedinhas na máquina, os velhinhos tem um cartão de crédito que fica amarrado a eles por uma correntinha. Eu acho que a correntinha vai direto no marcapasso dos velhotes e a cada prêmio que conseguem rola uma descarga de choque que os mantêm vivos. Aí sim, agora eu entendo porque eles puxam tanto aquela manivela. Diga-se de passagem, quando estávamos indo embora de Niagara e passamos na frente do cassino para ir ao estacionamento havia uma ambulância na porta. A Nanade achou que algum velhinho havia ganho um Jackpot.

As “falls” são fenomenais. As águas ainda estão descongelando e por isso não foi possível fazer o passeio no Maid of the Mist. Mas voltaremos em outra oportunidade para fazer este passeio. Além disso, percebemos que há grandes holofotes direcionados para as águas e a visão noturna deve ser muito interessante. Mais um motivo para voltarmos e desta vez passarmos o final de semana.

Você devem estar lendo até aqui e se perguntando: será que nada de engraçado aconteceu esta semana de novo? A resposta é: sim, aconteceu!

Segunda-feira fiz uma entrevista na hora do almoço e outra às 3 horas. Percebi que não dava mais para ir a entrevistas com aquele cabelo, já dava para fazer traças na minha costeleta. Assim, resolvi procurar um lugar para cortá-los. Dica: segunda feira é o dia que os barbeiros fecham as suas portas. Passei pelas Koreanas e elas disseram que naquele dia só rolava “waxing”. Achei que não seria interessante entrar naquele local. Mais à frente eu vi que o “Cleopatra Beauty” tinha gente dentro, contra minha vontade cheguei à porta, mas as pessoas estavam apenas limpando. Fiquei aliviado, afinal como escreveria aqui para vocês que havia cortado o cabelo na Cleopatra Beauty? Desisti de cortar o cabelo e fui colocar uma correspondência para a Cinthia nos correios. Dentro de um mall encontrei um cabelereiro aberto e resolvi entrar, afinal precisava estar bem preparado para as entrevistas que viriam. Agora que a Saga começa.

O processo começou com a mulher enrolando um papel higiênico no meu pescoço. Isso foi um péssimo sinal. Já viram onde vai parar, né? A primeira pergunta foi: “qual o número?” Que número? “O número da máquina para passar aqui na parte de baixo do seu cabelo”. Não, não, corte com tesoura, não quero passar máquina no cabelo. “Aqui nós cortamos com máquina, caso contrário demoraria o ano inteiro”. Me senti no colégio militar, mas já que estava ali para mais uma aventura... What the hell... Qual o maior número? 4? 4 it is! A mulher preparou a máquina 4 e pegou um pente de dentro de um jarro com um líquido azul sobre a bancada. Aquilo deve ser para esterilizar ou algo assim, mas quando ela puxou o pente, remexeu o fundo e um monte de cabelo começou a se agitar lá dentro como se pedissem socorro. Meu estômago revirou e eu quase precisei de um saco de vômito daqueles que distribuem em avião. Talvez fosse interessante inserirem este ítem no “kit corte de cabelo” do salão. Aquilo parecia um aquário de pentelho, tinha de todos os tamanhos e cores. Procurei olhar para o outro lado antes que um acidente ocorresse. Depois de tosar o meu cabelo com a máquina, a mulher passou para a parte superior. Ele pegou o meu cabelo e perguntou: “this size?” Caramba! Era melhor passar a máquina desse jeito. Não, bem maior! Tire só as pontas. Logo na primeira pegada no cabelo percebi que a mulher não tinha muito a “manha”. Ela segurava o cabelo com a mesma mão da tesoura e deixava a mão do pente livre. Como cortar o cabelo nesta situação? Queria ver qual seria a jogada. Mal sabia eu que havia um processo de passagem de uma mão para outra e a cada vez que ela fazia isso o pente dava uma “chapuletada” na minha cara. A porrada era ardida e depois da terceira eu tive que intervir. Daí para frente só vi o cabelo diminuido e diminuindo. Eu avisei para ela que não podia cortar muito curto, pois eu tinha um redemoinho (hair there main O) na parte posterior da cabeça e se ela fizesse isso o cabelo arrepiaria. Acho que eles não conhecem este conceito aqui e a mulher me ignorou. Não preciso dizer que fui para casa com o cabelo parecendo com pena de bunda de pato, certo? Chegando em casa eu achei que estava ruim, mas a Nanade me deu a pior notícia. O cabelo está torto e quando ando parece que estou dando seta para a esquerda. Agora terei que ficar olhando o blind spot até a pé. Desastre total! A cada dia que passa eu acho um buraco diferente na cabeça. Como uma pessoa consegue fazer buracos com uma máquina? Impressionante! Por favor, alguém me ajude neste assunto!!!!!!!!!!!!

Terça-feira fui para outra entrevista e depois para uma Job Fair. A entrevista não foi muito boa, acho que a mulher ficou mais preocupada com meu novo corte de cabelo do que com minhas palavras. A Job Fair foi uma decepção para mim. Tinha meia dúzia de empresas e apenas uma oferecia vaga na minha área. Passei 20 minutos lá e voltei para casa. Passei o resto do dia de bobeira. Este início de semana foi muito para a minha cabeça. Porém, dias de pouco, véspera de muito. Vamos ver o que nos aguarda para o resto da semana.

8 comentários:

Admin disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHA
Desculpa cara, mas to me acabando de rir aqui. HAHAAHAHHAHAHAHAHAHHAHA
Você é muito engraçado.
Cara, desejo muito boa sorte pra você nestas entrevistas.
E já adianto, passei uma vez pelas cataratas a noite, é bonito mesmo. Vale a pena. Mas pena que só passei. =(
[]s e tudo de bom.

Cláudio disse...

Hehehehehe.... coitado!!!
Olha, cortei meu cabelo num salão perto da Wellesley e ficou legal... se quiser, te indico direitinho onde é!

Abraços!

R disse...

hahaha
É, pelo visto o primeiro corte de cabelo por aí ninguém esquece!!
Boa sorte nas entrevistas :)
Abs

Luiz Henrique disse...

Se cortar o cabelo e complicado assim, eu imagino como deve ser uma depilação iguinal profunda.

Luiz Henrique disse...

...e se for depilação iguinal com blid shot fica melhor ainda.

Dani disse...

Adorei a seta pra esquerda!!

Espero que vc já tenha recebido algumas indicações para a próxima vez!

Thiago et Silvia disse...

Naaunnnmmm, muito engraçado cara!!!!HEHEHEHEHE!!!!
Como pode ser tão baixo o ap??
Te cuida dentro de casa rapah, hehehehe!!!
Abraço
Thiago

Li e Karllus disse...

Me matei de rir no video da sobre a sua granja.... e eu fui ver pois achei que era realmente uma granja...rrrrrrsssss
Li alguns posts de voces, vi fotos e filmes e me vejo nas imagens juntamente com o meu marido qdo fomos para os EUA em abr/2004. Voltamos pro Brasil em out/2008, mas jah demos entrada no nosso processo de imigracao pro Canada e quero conhece-los daqui 2 anos.
Boa sorte! Aproveitem e curtam esses momentos que serao unicos na vida de voces.
beiZoccas,
Elisangela